quarta-feira, 30 de março de 2011

Revista Brasileira de História das Religiões. ANPUH, Ano III, n. 9, Jan. 2011 - ISSN 1983-2850


foto Sidney Oliveira
UEUB Cab, 7 Encruzilhadas
(Rio de Janeiro-RJ)


FÉ CEGA JUSTIÇA AMOLADA OS DISCURSOS DE CONTROLE SOBRE AS PRÁTICAS RELIGIOSAS AFRO-BRASILEIRAS NA REPÚBLICA (1889/1950)

Mario Teixeira de Sá Junior
Doutor em História pela UNESP (2008) 

Professor adjunto na UFGD/FADIR.


O presente artigo pretende contribuir no entendimento dos mecanismos que a nascente república brasileira construiu para limitar a laicização do Estado brasileiro contida nas Constituições a partir de 1891, mais especificamente em seu artigo 11 parágrafo 2. Em contra partida ao referido artigo surgem os códigos penais de 1890 e 1940, além de instituições públicas que procuraram impedir as práticas religiosas afro-brasileiras. Em seus discursos ora elas aparecem como não religiões, sendo seus participantes enquadrados como realizadores de animismos e fetichismos, ora como contraventores, ora como praticantes de medicina ilegal etc. Dessa forma, com o fim da escravidão e o nascimento da república, dentre os espaços de controle da imensa sociedade brasileira de afrodescendentes estarão presentes os órgãos do judiciário como cerceadores e desqualificadores dessas práticas. Essa pesquisa é um diálogo entre os campos teóricos da História Cultural e da Antropologia Cultural e teve como abordagem metodológica a análise dos códigos de lei do período analisado.

sábado, 26 de março de 2011

XI Congresso Internacional da ABRALIC - USP – São Paulo, Brasil


Metáforas da Memória e da Resistência:  
 uma análise dos pontos cantados na Umbanda 
Mestranda Carina Maria Guimarães Moreira1
(UNIRIO)

RESUMO - O presente ensaio, partindo da análise dos pontos cantados nos rituais da Umbanda, mapeia possíveis influências centro-africanas contidas nessas expressões poéticas. Os Pontos Cantados possuem ritmos e funções variadas. Sua poesia, constituída da palavra e seus ritmos cantados, conferem-lhe um poder mágico, sendo interpretado na Umbanda como uma forma de oração, servindo para direcionar as giras e auxiliar os guias em seus trabalhos. Assim, além de evidenciarem sua matriz centro-africana, eles apresentam as marcas adquiridas no seu caminho histórico, que é nosso caminho histórico, brasileiro. Aqui, abrem-se diversas opções de analise do Ponto Cantado. O que a primeira vista é apenas um canto ritmado, mostra-se como uma expressão poética fluida e complexa em suas relações entre palavra, ritmo, música, dança e crença, fazendo-a repleta de símbolos e memória.


terça-feira, 22 de março de 2011

Revista SCIENTIA PLENA VOL. 3, NUM. 5 2007
www.scientiaplena.org.br

Adailson Jose Rosendo Bomfim (UFSE)

(artigo) Um “Alarido” Neopentecostal: Diversidade e Ressignificação Simbólica na Igreja Universal do Reino de Deus

A busca de uma dimensão religiosa para a existência parece ser o desafio supremo do homem “contemporâneo”, insatisfeito com a visão racional de mundo que o pensamento científico e materialista lhe apresenta como discurso de verdade. Há outro em cada um de nós, meio adormecido e enterrado. No inconsciente, que não se vê refletido nesse saber e clama por outras categorias explicativas do cosmo que venha restabelecer o sentido da vida. Nesse aspecto crucial, a IURD surge no cenário religioso brasileiro como uma grande “aldeia” que oferece uma diversidade de bens simbólicos de outras religiosidades. O presente artigo visa dar um passo inicial no nosso projeto para dissertação de Mestrado em Sociologia que se propõe analisar, particularmente, de que maneira os bens simbólicos “afro-espíritas” são ressignificados e retrabalhados no interior da Igreja Universal.

Palavras-chave: Ressignificação, bens simbólicos, “afro-espíritas”, IURD.

foto: Sidney Oliveira
local: TPM Florianópolis
Evento: Amaci (10/2010)

sábado, 19 de março de 2011

artigo interessante

                   
                  FOTO: SIDNEY OLIVEIRA

Lages, S. R. C. & D'Ávila Neto, M. I. Vida cigana: mulheres, possessão e transgressão no terreiro de Umbanda. 12 - Pesquisas e Práticas Psicossociais, 2(1), São João del-Rei, Mar./Ag., 2007

Vida Cigana: Mulheres, Possessão e Transgressão no Terreiro de Umbanda.

Prof. Dra.Sônia Regina Corrêa Lages
Maria Inácia D'Ávila

UFRJ
(Universidade Federal do Rio de Janeiro)

Este ensaio tem o objetivo de analisar a relação de uma mulher médium com uma entidade sobrenatural que ela incorpora, a Pomba-gira Cigana da Umbada/Quimbanda. A possessão, pode ser traduzida como uma ação de resistência aos poderes sociais opressores presentes no seu cotidiano. A partir do conceito de artes de fazer definido por De Certeau, narrativas da médium são analisadas como redefinições de práticas e usos que lhe são impostos pela sociedade. A análise revela como a possessão pode servir para a construção de uma identidade condize nte com suas necessidades pessoais, como instrumento de posicionamento social e como meio de denunciar as imposições do discurso oficial sobre os papéis sociais reservados para as mulheres.

PALAVRAS CHAVE: médium, Pomba-gira Cigana Esmeralda, possessão, táticas de transgressão, representações sociais.

quarta-feira, 2 de março de 2011



Revista Brasileira de História das Religiões – Ano I, n. 3, Jan. 2009 - ISSN 1983-2859
Dossiê Tolerância e Intolerância nas manifestações religiosas
O JESUÍTA ANÔNIMO E A PARÓDIA DEMONÍACA
Ana Raquel Portugal (UNESP - FRANCA) 

Nesse estudo trabalhamos com a diferença de interpretação histórica e literária e sua importância na análise de crônicas dos séculos XVI e XVII sobre a história da conquista e colonização do antigo vice-reinado do Peru, procurando entender o imaginário demonológico dos espanhóis que participaram e descreveram esse encontro cultural. Para proporcionar uma melhor compreensão do tema, analisamos parcialmente a crônica do Jesuíta Anônimo através de uma leitura isotópica mostrando como este cronista fez alusão à participação de forças diabólicas em atividades contrárias à catequese com o intuito de persuadir o leitor a crer na benevolência e superioridade da Companhia de Jesus no processo de evangelização dos povos andinos. Essa obra exemplifica o encontro de imaginários, em que realidade e ficção se mesclaram para enaltecer as atividades jesuíticas.

 PALAVRAS-CHAVE:  Crônica; demonologia; evangelização; análise isotópica.