terça-feira, 28 de dezembro de 2010


EM FÉRIAS ACADEMICAS
ATÉ FEVEREIRO
PUBLICAREMOS
OCASIONALMENTE
TEREMOS NOVIDADES
PARA O PROXIMO ANO

foto SIDNEY OLIVEIRA
gira na praia de Joaquina
TPM Florianópolis

sexta-feira, 24 de dezembro de 2010


Iniciamos pesquisa de materiais academicos sobre determinadas entidades.
Comecamos pelo Caboclo Akuan
 (grafado originalmente como Akuen).
Caso algum leitor frequente ou eventual, sobretudo de outros estados,  tiver conhecimento de algum trabalho academico sobre esta entidade, por favor indique a este blog.


Desejamos a todos vocês
Boas Festas
com muito axé
e um excelente 2011.
SARAVÁ ACADÊMICOS!
                                                                                                                  
                                                                                                                    foto: www.paimaneco.org.br

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Estudos Avançados
Print version ISSN 0103-4014
Estud. av. vol.18 no.52 São Paulo Sept./Dec. 2004
DOSSIÊ RELIGIÕES NO BRASIL
O Brasil com axé: candomblé e umbanda no mercado religioso
 Reginaldo Prandi
 Resumo: Desde os estudos de Roger Bastide, na década de 1940, muita coisa mudou no Brasil, também no âmbito das religiões e das religiões afro-brasileiras. Velhas tendências foram confirmadas, novas direções foram se impondo. Religiões recém-criadas se enfrentam com as mais antigas, velhas religiões assumem novas formas e veiculam renovados conteúdos para enfrentar a concorrência mais acirrada no mercado religioso. Vou tratar aqui de um ramo religioso pequeno demograficamente, porém importante do ponto de vista de seu significado para a cultura brasileira e da visibilidade que transborda de seu universo de seguidores: as religiões afro-brasileiras. Trata-se de acompanhar as mudanças numéricas encontradas pelos censos para dimensionar os seguidores das religiões afro-brasileiras, e de examinar algumas de suas características, como cor e escolaridade, para então avançar, sem perder de vista as peculiaridades constitutivas e organizacionais dos cultos e terreiros, alguma explicação sobre mudanças pelas quais vêm passando essas religiões nos dias de hoje. 

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010


               Psicologia: Teoria e Pesquisa - ISSN 0102-3772
Psic.: Teor. e Pesq. vol.24 no.2 Brasília Apr./June 2008

ANÁLISE DO MOVIMENTO EM RITUAIS UMBANDISTAS

Marielle Kellermann Barbosa (USP-RP)
José Francisco M. H. Bairrão (USP-RP)
RESUMO: A presente pesquisa teve como obtivo fazer a análise do movimento em rituais umbandistas e, dessa forma, contribuir para o conhecimento da sua linguagem corporal, assim como fornecer subsídios para o desenvolvimento de uma etnopsicologia brasileira. Para efeito de análise, foi utilizado o método Laban, que visa analisar, segundo elementos de esforço, a movimentação corporal, assim como a tonicidade muscular, em relação ao peso, tempo, espaço e fluência. Foram examinados registros em vídeo de diversas classes de "espíritos" do panteão umbandista. A análise dos movimentos peculiares às diversas classes de "espíritos" mostrou que elas diferenciam-se umas das outras por padrões que as caracterizam em relação aos elementos de esforço analisados. Concluiu-se ser possível utilizar o método Laban para discriminar categorias do panteão umbandista e, dessa forma, acrescer o conhecimento a respeito da linguagem corporal nesse culto.
palavras-chave: análise do movimento; etnopsicologia; psicologia e religião;                      umbanda; linguagem corporal.

foto: Sidney Oliveira
Homenagem a Yemanjah  2010 (Terreiro Pai Maneco)

Marielle Kellermann Barbosa (USP-RP) 
José Francisco Miguel Henriques Bairrão (USP-RP)

domingo, 19 de dezembro de 2010

Instituto de Ciências Sociais (ICS) da Universidade Federal de Alagoas (UFAL), trabalho intitulado: Elementos de Rituais Afro-brasileiros sob a Ótica de Re-significação Iurdiana: uma Etnografia dos Exus na Umbanda e na Igreja Universal do Reino de Deus. Pesquisa orientada pela Prof. Rachel Rocha de Almeida Barros.

Thiago Angelin Bianchetti (UFAL)

Os Exus na Umbanda e na Igreja Universal do Reino de Deus
Apresentação: O presente artigo pretende discutir o sincretismo da Igreja Universal do Reino de Deus – IURD - em relação aos símbolos das religiões afro-brasileiras. Entender a postura e a dinâmica presentes nos rituais afro-brasileiros como também nos cultos das sessões de descarrego da IURD, a fim de produzir uma etnografia. Para tanto, foram observados os cultos afro-brasileiros realizados na casa Palácio de Iemanjá, situada no bairro do Jacintinho, e os do Templo Maior da IURD, situado no bairro de Mangabeiras, ambos em Maceió-AL. Pretende-se abordar como as entidades espirituais se manifestam nestas duas esferas religiosas a partir de uma observação direta dos cultos. Observo as festas oferecidas aos Exus na casa Palácio de Iemanjá como também os expurgos destas entidades na IURD, contudo o foco principal não é evidenciar o conflito religioso, e sim, mostrar que em um processo de inversão simbólica dos Exus e outros elementos da Umbanda e do Candomblé, a IURD evidencia seu caráter sincrético-religioso.
Raquel R. Rotta (USP-RP)
Dissertação de Mestrado (2010)

Título: ESPIRITOS DA MATA: SENTIDO E ALCANCE PSICOLÓGICO DO USO DO RITUAL DE CABOCLOS NA UMBANDA
Resumo: Os caboclos são entidades espirituais largamente encontradas no panteão umbandista. O objetivo desse estudo foi revelar, no recurso ritual a caboclos na umbanda, os seus sentidos e alcance psicológico. Para tanto foi utilizada uma combinação entre método etnográfico e atenção flutuante a dignificantes que se repetem. Dentre esses significantes repetiram-se alguns termos, como terra, luz, água, raiz, amadurecimento, liberdade e ideal, que podem assumir mais de um nível de significância, por meio de uma ’escrita por imagens’. Caboclos se mostram em relação próxima com médiuns e também com outras pessoas e entidades espirituais, evidenciando seu cunho social. Interpelam seus fiéis iluminando processos de autodescoberta que impulsionam a consumação de potenciais rumo à realização de ideais de si.

Orientador: José Francisco M.H. Bairrão. 

sábado, 18 de dezembro de 2010

José Dalmo R Ribas (PUCSP)
Dissertação de Mestrado (2010)

Título: SARAVÁ OGUM: A UMBANDA EM PROCISSÃO

Resumo: Em meados do século passado em São Paulo  a Umbanda viveu seu período mais crítico em termos de perseguição religiosa. Estimulados por setores retrógrados da sociedade, a repressão policial agia contra pais e mães de santo, invadindo terreiros e efetuando prisões em nome da moral e dos bons costumes. Para fazer frente a essa situação, em abril de 1957, seguindo a recomendação de um guia espiritual denominado Exu Pássaro Preto, um grupo de umbandistas moradores do Jardim Buturuçu, Zona Leste da Capital, num gesto de desobediência civil, deu início à realização da Procissão de São Jorge, Orixá Ogum, com o intuito de clamar através dela o direito de livre expressão religiosa. Essa cerimônia que em 2010 realiza-se pela 53ª vez, ampliou, ganhou projeção nacional, adquirindo com o passar dos anos uma importância significativa para os rumos da tradição religiosa em São Paulo, ao tornar a sua realização uma espécie de eixo em torno do qual a Umbanda se estruturou, cresceu e adquiriu reconhecimento institucional. Este trabalho tem como objetivo resgatar através do testemunho do Babalorixá Jamil Rachid, uma das lideranças de maior reconhecimento junto à Umbanda e ao Candomblé em São Paulo, parte da história oral desse movimento, tendo em conta que a sua participação se deu desde o seu início em meados dos anos cinqüenta.Além do depoimento dado através de entrevistas, procurou-se estruturar as informações existentes, organizando-se jornais, revistas e fotos alusivas a Procissão de São Jorge, existentes em poder do entrevistado

Orientador: Enio Jose C. Brito
Programa Ciências da Religião 

PUCSP

Alexandre Mantovani (USP-RP)
Dissertação de Mestrado (2006)
Título: A construção social da cura em cultos umbandistas: estudo de caso em um terreiro de umbanda da cidade de Ribeirão Preto - SP

Resumo: Muitas pessoas se aproximam da umbanda procurando soluções para queixas que vão desde situações de saúde, problemas financeiros e de relacionamentos interpessoais. Como forma de tratamento os terreiros desempenham práticas específicas estruturadas seguindo a cosmologia umbandista, uma visão própria de mundo e de ser humano. No desempenho da cura tem-se uma situação em que o indivíduo é diagnosticado por uma "semiologia espiritual", uma leitura do mesmo a partir de elementos simbólicos religiosos. Este contexto abre espaço para uma pesquisa psicológica vinculada ao social, sendo para tanto necessária uma atitude de pesquisa não-reducionista e não- etnocêntrica. O objetivo desta pesquisa foi descrever e analisar práticas de cura desempenhadas em um terreiro de umbanda da cidade de Ribeirão Preto - SP, explorando possíveis sentidos enunciados nestas práticas.Trata-se de uma pesquisa qualitativa cujas estratégias de coleta de dados foram: observação-participante, anotações em diário de campo, entrevistas e registros audiovisuais. Os dados foram analisados com base na abordagem antropológica da pessoa, que preconiza o estudo do ser humano singular culturalmente contextualizado e distinto da representação da pessoa por um "eu" psicológico. Também toma-se como referência a psicanálise, principalmente pelo tratamento do sujeito feito por Lacan que se assemelha ao da antropologia e possibilita uma aproximação do psicológico ao social, uma vez que trata o sujeito estruturado por relações de alteridade em cadeias significantes, elementos simbólicos pertencentes ao universo cultural. Como resultados, verificou-se duas práticas de cura espiritual chamadas "descarrego" e "transporte". Para a análise agrupou-se dados referentes a oito situações observadas no campo em categorias que explicitam a compreensão umbandista sobre saúde e doença, as ações curativas e seus efeitos. Pôde-se observar que: o culto umbandista apresenta-se como uma cadeia significante formada por elementos verbais e não-verbais que enunciam diversos sentidos para comunidade do terreiro. Os sintomas da doença espiritual revelam o grau de proximidade do indivíduo com a religião. As práticas de cura apresentam uma estrutura de eficácia simbólica, tal como conceituada por Lévi-Strauss. Além disso, funcionam como forma de expressão de conflitos constituindo um "drama social" (Turner). O uso da psicanálise possibilitou uma aproximação entre o pesquisador e os colaboradores (umbandistas) e assim foi possível investigar as práticas de cura levando em conta a linguagem e os significados que estas apresentam para os mesmos. As práticas de cura apresentam uma função de inserção comunitária, pois na umbanda classificar um indivíduo como saudável ou doente implica em reconhecer seu grau de proximidade com a religião.

Orientador: José F.M.H. Bairrão.
Fonte Biblioteca USP.

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Ilustração de Pedro Rafael


No começo não havia separação entre o Orum, o Céu dos orixás,  e o Aiê, a Terra dos humanos.  Homens e divindades iam e vinham, coabitando e dividindo vidas e aventuras. Conta-se que, quando o Orum fazia limite com o Aiê, um ser humano tocou o Orum com as mãos sujas. O céu imaculado do Orixá fora conspurcado. O branco imaculado de Obatalá se perdera.  Oxalá foi reclamar a Olorum. Olorum, Senhor do Céu, Deus Supremo, irado com a sujeira, o desperdício e a displicência dos mortais, soprou enfurecido seu sopro divino  e separou para sempre o Céu da Terra. Assim, o Orum separou-se do mundo dos homens  e nenhum homem poderia ir ao Orum e retornar de lá com vida.  E os orixás também não podiam vir à Terra com seus corpos.  Agora havia o mundo dos homens e o dos orixás, separados. Isoladas dos humanos habitantes do Aiê, as divindades entristeceram. Os orixás tinham saudades de suas peripécias entre os humanos e andavam tristes e amuados. Foram queixar-se com Olodumare, que acabou consentindo que os orixás pudessem vez por outra retornar à Terra. Para isso, entretanto, teriam que tomar o corpo material de seus devotos. Foi a condição imposta por Olodumare Oxum, que antes gostava de vir à Terra brincar com as mulheres, dividindo com elas sua formosura e vaidade,  ensinando-lhes feitiços de adorável sedução e irresistível encanto, recebeu de Olorum um novo encargo:  preparar os mortais para receberem em seus corpos os orixás. Oxum fez oferendas a Exu para propiciar sua delicada missão. De seu sucesso dependia a alegria dos seus irmãos e amigos orixás. Veio ao Aiê e juntou as mulheres à sua volta,  banhou seus corpos com ervas preciosas, cortou seus cabelos, raspou suas cabeças, pintou seus corpos. Pintou suas cabeças com pintinhas brancas, como as pintas das penas da conquém, como as penas da galinha-d’angola.  Vestiu-as com belíssimos panos e fartos laços, enfeitou-as com jóias e coroas. O ori, a cabeça, ela adornou ainda com a pena ecodidé, pluma vermelha, rara e misteriosa do papagaio-da-costa.  Nas mãos as fez levar abebés, espadas, cetros, e nos pulsos, dúzias de dourados indésO colo cobriu com voltas e voltas de coloridas contas e múltiplas fieiras de búzios, cerâmicas e corais. Na cabeça pôs um cone feito de manteiga de orifinas ervas e obi mascado, com todo condimento de que gostam os orixás. Esse oxo atrairia o orixá ao ori da iniciada e o orixá não tinha como se enganar em seu retorno ao Aiê. Finalmente as pequenas esposas estavam feitas, estavam prontas, e estavam odaraAs iaôs eram a noivas mais bonitas que a vaidade de Oxum conseguia imaginar. Estavam prontas para os deuses. Os orixás agora tinham seus cavalos, podiam retornar com segurança ao Aiê, podiam cavalgar o corpo das devotas.  Os humanos faziam oferendas aos orixás, convidando-os à Terra, aos corpos das iaôs. Então os orixás vinham e tomavam seus cavalos. E, enquanto os homens tocavam seus tambores, vibrando os batás e agogôs, soando os xequerês e adjás, enquanto os homens cantavam e davam vivas e aplaudiam, convidando todos os humanos iniciados para a roda do xirê, os orixás dançavam e dançavam e dançavam. Os orixás podiam de novo conviver com os mortais (....)
Fonte: Reginaldo PRANDI -  Mitologia dos Orixás pag 524-528.
(editora Cia dos livros)
http://www.fflch.usp.br/sociologia/prandi/

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Revista Brasileira de História das Religiões. ANPUH, Ano II, n. 6, Fev. 2010 - ISSN 1983-2850 http://www.dhi.uem.br/gtreligiao - Artigos

SULIVAN BARROS
Pós-Doutor em Estudos Culturais, UFRJ. Pós-Doutor em Antropologia, UnB. Doutor em Sociologia, UnB. Professor e Pesquisador do Curso de Mestrado em Ciência Política com foco em Direitos Humanos, Cidadania e Estudos de Violência e do curso de Direito do Centro Universitário UNIEURO, Brasília/DF.
 
OS EXUS MIRINS DA UMBANDA  

RESUMO: O presente trabalho se propõe a considerar a importância da presença de entidades exus mirins no imaginário umbandista. Por se tratar de um estudo pioneiro no campo das ciências sociais da religião, este paper não visa um caráter conclusivo, mas exploratório e instigante, no sentido de levantar algumas questões sobre a inserção destas personagens nesta religião. Torna-se necessário ressaltar que a umbanda acolhe em seu panteão religioso todos aqueles elementos sociais que, postos em estratos inferiores da sociedade ou marginalizados pela mesma, passam à categoria de "deuses" poderosos e atuantes como é o caso de velhos escravos, índios, prostitutas, malandros, delinqüentes, homossexuais, crianças e meninos de rua. 
PALAVRAS-CHAVE: EXUS MIRINS, MENINOS DE RUA, UMBANDA 

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010


A "obsessão espiritual" pode ser diagnosticada...
Existe no campo da saúde instrumentos legais para se avaliar a obsessão espiritual e até mesmo a necessidade de afastamento do trabalho (junto ao INSS). Esse procedimento não é novo, pois desde 1998 a OMS (Organização Mundial da Saúde) fornece no CID10 (Código Internacional de Doenças) o item - F44.3, a saber: Estado de Transe e Possessão. É evidente que há casos e casos e todos merecem ser investigados com ética, seriedade, respeito e responsabilidade. E em tempo: O tratamento psicológico ou psiquiatrico, continua a ser fundamental e importantíssimo. A importância dessa legislação é que se tomada a sério instrumentaliza um diagnóstico mais amplo do sofrimento humano.

Fonte para o texto: correio-e do Pai de Santo Kiko Condina (SP) repassado pelo Pai de Santo Fernando Guimarães (PR)
Revista Brasileira de História das Religiões – Ano I, n. 3, Jan. 2009 - ISSN 1983-2859
Dossiê Tolerância e Intolerância nas manifestações religiosas


OS JESUÍTAS, A ACOMODAÇÃO E A TOLERÂNCIA

João Madeira
Pós-doutorando na Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto – USP.

RESUMO: “Accommodatio”, a estratégia retórica já presente em Cícero e em outros oradores clássicos, foi muito utilizada pelos missionários jesuítas na Idade Moderna. “Accommodatio” implica o reconhecimento da racionalidade do outro (indígena, africano ou asiático), e não meramente o impulso de cristianizar ou civilizar o inculto. Primeiro, o conceito de ‘acomodação’ é estudado em seus principais elementos constitutivos e em suas implicações. Segundo, nota-se que também o indígena aparece como dotado das mesmas potências anímicas que os europeus. O material para este estudo é a constatação, patente em estudos anteriores sobre obras e estilos literários produzidos pelos jesuítas, de que a pregação se completava com a ativação, por parte de cada ouvinte, do conhecimento, pois pelo pensar cada um gera o próprio conteúdo pensado, portanto, “accommodatio” implica a tolerância para com o outro. Assim, os conteúdos tinham que ser apresentados aos indígenas e eles, por sua capacidade de entendimento, poderiam compreendê-los.
PALAVRAS CHAVE: jesuítas, acomodação, história da Companhia de Jesus, saberes psicológicos, pregação.

Memorandum, 9, 42-56. www.fafich.ufmg.br/~memorandum/a09/mantobairrao01.pdf
Memorandum 9, out/2005, Belo Horizonte: UFMG;
Ribeirão Preto: USP
- http://www.fafich.ufmg.br/~memorandum/a09/mantobairrao01.pdf

Psicanálise e religião: pensando os estudos afro-brasileiros com Ernesto La Porta
Alexandre Mantovani e José Francisco Miguel Henriques Bairrão

Resumo
O presente artigo analisa e discute a aplicação da psicanálise na pesquisa sobre as religiões afro-brasileiras, a partir do trabalho do psicanalista Ernesto La Porta, que parte do princípio de que a psicanálise possui um conhecimento aplicável ao estudo da religião e assim utiliza os conceitos psicanalíticos para descobrir significados simbólicos latentes nos rituais do candomblé e da umbanda. Suas teses configuram-se como traduções psicológicas do ritual, o que historicamente sempre gerou conflitos no campo dos estudos sociais, pois pode ser considerado um reducionismo, que dificulta a investigação psicológica da religião. O ponto central para um contraponto a este uso da psicanálise está na forma de conceber a interpretação. Numa perspectiva lacaniana e mais contemporânea, não se trata de um ato de atribuição de significados por parte do analista, mas sim de uma operação que facilita o desvendamento de sentidos implícitos aos acontecimentos do campo, nos termos dos próprios participantes.

Palavras-chave: psicanálise; religião; estudos afro-brasileiros

Alexandre Mantovani é psicólogo, graduado pela FFCLRP-USP, mestrando do Programa de Pós-Graduação em Psicologia do Departamento de Psicologia e Educação da Faculdade de Filosofia Ciências e Letras de Ribeirão Preto, USP. alexmantova@hotmail.com

José Francisco Miguel Henriques Bairrão é graduado em Filosofia (Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da Universidade de São Paulo) e em Psicologia (Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo), Doutor em Filosofia (Universidade de Campinas), Professor de Psicologia Social (Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto da USP.
jfbairrao@ffclrp.usp.br

Revista Brasileira de História das Religiões. ANPUH, Ano III, n. 7, Mai. 2010 - ISSN 1983-2850 http://www.dhi.uem.br/gtreligiao - Artigos

RELIGIÃO GUARANI NHANDEWA: UMA COMPLEXA ORGANIZAÇÃO E RECRIAÇÃO PARA A VIDA E A EDUCAÇÃO.
Rosangela Célia Faustino

RESUMO: O presente texto apresenta um estudo sobre aspectos históricos, culturais e religiosos dos Guarani Nhandewa evidenciando como a religião, antiga e atual são complexas em detalhes sendo elemento importantíssimo na cosmovisão dos grupos pois permeia todos os domínios da vida, da luta pela sobrevivência e permanência enquanto grupo étnico diferenciado. Destaca-se o relevante caráter da educação entendida como um dom sagrado, recebido de Nhanderu, mas que deve ser exercitada e aprendida por toda a vida pela mediação daqueles que sabem mais, os adultos e os mais velhos.

Palavras-chave: Religião, Índios Guarani Nhandewa, Educação Guarani.

ETNICIDADES, RELIGIÕES E CULTURAS EM MOVIMENTO: PARA ONDE VAMOS?

Irene Dias de OliveiraDoutora em Teologia, professor titular no Departamento de Filosofia e Teologia e no Mestrado em Ciências da Religião na Universidade Católica de Goiás.
E-mail: irene.fit@ucg.briveira

Anais do V Simpósio Internacional do Centro de Estudos do Caribe no Brasil
Resumo
Uma visão homogeneizante do mundo tende a permitir que as pessoas vejam o seu mundo como o certo, o único verdadeiro e justo enquanto que o diferente é sempre algo que incomoda. Tais convicções podem estar na base da intolerância, da exclusão e dos preconceitos. Com a erupção de uma consciência histórica e do reconhecimento dos valores presentes em outras realidades culturais, torna-se premente um debate sobre o paradigma da etnicidade, multiculturalidade e sua relação com a religião, especialmente o cristianismo no caso deste artigo, em sua postura de religião universal e homogeneizante.

terça-feira, 14 de dezembro de 2010



Revista Brasileira de História das Religiões. ANPUH, Ano III, n. 8, Set. 2010 - ISSN 1983-2850 http://www.dhi.uem.br/gtreligiao Artigos

PSICANÁLISE E UMBANDA:  A demonização do Exu como interdição simbólica e intolerância religiosa

SIDNEY OLIVEIRA
Pós-doutor em Economia da Educação (FE USP), Doutor em Psicologia Social (IP USP)
Professor Associado da UFPR. 

RESUMO: Parte-se neste trabalho de uma reflexão inspirada na vocação social da psicanálise e sua particular investigação e teorização da cultura para, posteriormente, elucidar alguns aspectos da intolerância religiosa por meio da interdição simbólica e imaginária e da destituição política e cultural. O contexto em que se incide esse processo e que será tomado como continente de análise é de uma religião tipicamente brasileira: a Umbanda e, dentro dela, optou-se por investigar uma entidade muito conhecida e, sem dúvida, um das mais polêmicas: o Exu. Parte-se da premissa que o processo de demonização do Exu cumpre especialmente uma função de opressão e desmonte do universo representacional simbólico e cultural.

PALAVRAS-CHAVE: Psicanálise, Umbanda, Intolerância Religiosa, Direitos Humanos, Universo Simbólico.

INTRODUÇÃO AO BLOG


Macumba era um termo utilizado para desqualificar a Umbanda. Da resistência a militância o termo virou uma resposta irônica e bem humorada a intolerância e ao preconceito. Macumba hoje é quase uma logomarca de pessoas que tem orgulho de sua fé, de sua cultura e de seu lugar no mundo. Este é um espaço para dar vez e voz aos intelectuais que podem contribuir para essa luta e para o respeito a diversidade. Desde o começo do século passado muito se escreveu sobre a Umbanda. Alguns desses escritos tinham muita qualidade, outros não. Mas, durante muito tempo a academia ignorou essas obras. Passou muito tempo para que dentro da academia se pudesse falar com seriedade e qualidade sobre a Umbanda e suas fontes. Chegamos ao novo século resgatando espaços e amplinando as fronteiras e as metas dentro da academia. O povo brasileiro em suas manifestações culturais e religiosas podia ser estudado com seriedade e respeito pela academia. Hoje, há um significativo número de trabalhos sobre essa religião brasileira denominada Umbanda, realizados por professores, alunos e pesquisadores interessados em compreender a Umbanda, uma religião simples na prática e complexa em suas definições. Enfim, a Umabanda é o retrato de seu povo e da história desse povo. A Umbanda é a cantiga do despertar do gigante em berço esplêndido. Quiça seja a trilha sonora de um novo tempo e de uma sociedade mais justa e igualitária. Este espaço é uma pequena contribuição as novas fronteiras e tem como fonte principal as Universidades. Parte-se da premissa que academia tem algo a aprender e algo a ensinar. Afinal, como dizia Paulo Freire, o homem e sua obra estao em constante completude. Os pretos velhos nos ensinam a simplicidade da sabedoria e a importância da educação mais elaborada. A educação conscientiza, e, conscientizando, liberta. Por isso, com o axé e a permissão do Pai Maneco abrimos este espaço para divulgar a macumba dentro da academia.

PRA FALAR DE UMBANDA NA ACADEMIA, PEÇO LICENÇA AO DOUTOR!