Macumba era um termo utilizado para desqualificar a Umbanda. Da resistência a militância o termo virou uma resposta irônica e bem humorada a intolerância e ao preconceito. Macumba hoje é quase uma logomarca de pessoas que tem orgulho de sua fé, de sua cultura e de seu lugar no mundo. Este é um espaço para dar vez e voz aos intelectuais que podem contribuir para essa luta e para o respeito a diversidade. Desde o começo do século passado muito se escreveu sobre a Umbanda. Alguns desses escritos tinham muita qualidade, outros não. Mas, durante muito tempo a academia ignorou essas obras. Passou muito tempo para que dentro da academia se pudesse falar com seriedade e qualidade sobre a Umbanda e suas fontes. Chegamos ao novo século resgatando espaços e amplinando as fronteiras e as metas dentro da academia. O povo brasileiro em suas manifestações culturais e religiosas podia ser estudado com seriedade e respeito pela academia. Hoje, há um significativo número de trabalhos sobre essa religião brasileira denominada Umbanda, realizados por professores, alunos e pesquisadores interessados em compreender a Umbanda, uma religião simples na prática e complexa em suas definições. Enfim, a Umabanda é o retrato de seu povo e da história desse povo. A Umbanda é a cantiga do despertar do gigante em berço esplêndido. Quiça seja a trilha sonora de um novo tempo e de uma sociedade mais justa e igualitária. Este espaço é uma pequena contribuição as novas fronteiras e tem como fonte principal as Universidades. Parte-se da premissa que academia tem algo a aprender e algo a ensinar. Afinal, como dizia Paulo Freire, o homem e sua obra estao em constante completude. Os pretos velhos nos ensinam a simplicidade da sabedoria e a importância da educação mais elaborada. A educação conscientiza, e, conscientizando, liberta. Por isso, com o axé e a permissão do Pai Maneco abrimos este espaço para divulgar a macumba dentro da academia.
fonte foto: www.paimaneco.org.br