segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

XI Congresso Internacional da ABRALIC 

13 a 17 de julho de 2008
USP – São Paulo, Brasil
Metáforas da Memória e da Resistência:
uma análise dos pontos cantados na Umbanda

Mestranda Carina Maria Guimarães Moreira1 (UNIRIO)





Resumo:

O presente ensaio, partindo da análise dos pontos cantados nos rituais da Umbanda, mapeia possíveis influências centro-africanas contidas nessas expressões poéticas. Os Pontos Cantados possuem ritmos e funções variadas. Sua poesia, constituída da palavra e seus ritmos cantados, conferem-lhe um poder mágico, sendo interpretado na Umbanda como uma forma de oração, servindo para direcionar as giras e auxiliar os guias em seus trabalhos. Assim, além de evidenciarem sua matriz centro-africana, eles apresentam as marcas adquiridas no seu caminho histórico, que é nosso caminho histórico, brasileiro. Aqui, abrem-se diversas opções de analise do Ponto Cantado. O que a primeira vista é apenas um canto ritmado, mostra-se como uma expressão poética fluida e complexa em suas relações entre palavra, ritmo, música, dança e crença, fazendo-a repleta de símbolos e memória.


foto Sidney Oliveira Gira no TPM - Floripa:

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Foto: Sidney Oliveira / Lucilia Guimarães 

BREVE ENSAIO SOBRE O SAGRADO E O PROFANO NA
FESTIVIDADE DE IEMANJÁ NA  PRAIA DO MEIO, NATAL - RN

Patrícia Santos FAGUNDES;
Ian Bruno Mendonça TAQUARY

Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Norte, Rua Creso Bezerra, 1864,


RESUMO

O presente artigo visa analisar a festividade de Iemanjá que ocorre anualmente na Praia do Meio, localizada no município de Natal, Rio Grande do Norte, sob as perspectivas da Geografia Cultural, ramo da Geografia que estuda as manifestações da cultura no espaço. Considera para tanto a criação de um espaço sagrado em tal espaço essencialmente profano durante o curso do ano. Tal evento religioso apresenta-se como uma das inúmeras tradições culturais da cidade que tem por característica a predileção por certos espaços geográficos, fato este capaz de propiciar o desenvolvimento de atividades econômicas na área onde o evento se desenvolve, bem como movimentações populacionais locais e turísticas. Por tais motivos escolheu-se a referida festividade acreditando-se ser esta um interessante meio de se observar as mudanças que um acontecimento religioso pode provocar ao seu entorno espacial. Para tanto, foram elaborados levantamentos bibliográficas em periódicos e livros da área, entrevistas a moradores e comerciantes cujos estabelecimentos se localizassem próximos a referida praia bem como registro fotográfico de momentos antes e durante o acontecimento. Conclui-se com a pesquisa que o espaço onde se desenvolve a referida festividade é marcado por símbolos culturais, como uma imagem do orixá Iemanjá, cuja presença ao centro da praia tem atraído fiés de diversas religiões, dentre as quais se destaca a católica e as denominações espirituais afro, que se deslocam inclusive de outros municípios para a celebração de um novo ano, com as bênçãos de sua divindade. Conclui-se ainda que o referido espaço passa por transformações não características de outras épocas do ano, aumentando nesta o índice de presença turística e de atividade do comércio informal, caracterizado por ambulantes e outros pequenos comerciantes.

artigo: ODOIÁ! DAS TERRAS DE AIOCÁ ÀS TERRAS DA BAHIA:
Yemanjá, a sobrevivência de um mito no mar do tempo
Silvânia Almeida da Silva[1]
RESUMO

Este trabalho tem por objetivo evidenciar a relação entre o mito Iorubá de Yemanjá e a obra amadiana Mar Morto. Através dessa narrativa Jorge Amado nos convida a navegar num intenso mar, cheio de mistérios e magia, onde mitologia e realidade se fundem e quem as vivencia não consegue desvencilhar uma da outra, como num jogo de semelhanças e diferenças que constituem o individuo como integrante desse universo simbólico de Mãe - África. Nesse romance, Amado estabelece o diálogo entre Literatura e Sociedade mítica dos afrobrasileiros, configurando seu texto como matriz simbólica para a representação do mito iorubano de Yemanjá.

(1) Graduada em Letras e Marketing. Especialista em Estudos Linguísticos e Literários (UNEB – Universidade do Estado da Bahia).


foto: Sidney Oliveira